Acredito no estado eterno de mudanças.

Gosto de ver as mudanças da vida. Ontem criança, hoje adulto, amanhã idoso. Este espaço é para provocar diálogos que possam ajudar a mudar o meu jeito de olhar. E quem sabe você também entra nessa? Seja bem vindo, comente, critique, o anonimato aqui é bem vindo.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Lula falou merda e gerou efeito diarréia.

Ontem, ao falar para uma platéia muito simples, Lula usou a expressão, “o povo está saindo da merda”. Imediatamente começaram as repercussões. Alguns acharam uma gafe típica, outros uma tentativa de plantar matéria, outros mais têm certeza, faz parte do jogo político que levou a sua popularidade a superar os 80%.

Vários comentários me chamaram a atenção, mas um deles, por estar no twiiter e pela repercussão que deu, me fez pensar na responsabilidade e no papel do formador de opinião: “@Marcello_Serpa Lula quer separar a elite do povo. Falar merda é popular. Quem reclama é elitista,burguês. Chavez faz igualzinho na Venezuela”. Este comentário, até onde contei recebeu nove retuiwters e vários comentários positivos. Para completar veio outro comentário, bem elitista: “@Marcello_Serpa: Confundir "boa educação" com "elite" é um erro perigoso. Se for erro e não intenção”.

Será que a fala do Lula vai separar ainda mais a elite do povo? Será que o povo já não é suficientemente separado da elite? Usar palavras de baixo calão é feio, Mamãe ensinou. Ensinou também que algumas pessoas usam, por falta de formação ou descuido. Aprendi com a vida que em campo de futebol pode-se usar palavrões. Na literatura, aprendi com o Veríssimo que nada melhor do que um, “vai tomar no cu”, para expressar com clareza um sentimento de desprezo.

Entendo que não é politicamente correto, nem educado, o presidente falar um palavrão. Mas falou, saiu, podem descer a lenha, podem condená-lo e levantar mais uma vez a questão: Lula não tem educação, é popularesco, é baixo, é grosseiro. Só não admito que destorçam a fala dele. O povo realmente está saindo da merda e se aproximando da elite. O número de brasileiros que saiu na linha de miséria é o maior já registrado na história deste país. Os produtos que mais aumentaram o consumo no último ano foram os produtos de higiene pessoal e limpeza, dirigidos às classes C, D e E. Ficou mais acessível usar sabonete, creme dental, xampu, detergente e sabão em pó, para se limpar da merda. E se o Brasil não está inteiramente na merda é porque programas de distribuição de renda do governo federal impediram que a crise mundial tivesse mais força por aqui, graças ao crescente mercado interno.

Combinemos o seguinte: falar merda pode e outros palavrões também! Mas deturpar a fala do outro em busca de polidez e de uma postura pseudo-intelectual, é muito pau no cu.