Um amigo apontou para a televisão ligada no boteco e disse: ralo de olho! Demorei a entender e ele mostrou as pessoas ao redor. Uns concentrados, outros com pouco interesse, outros de relance, todos olhavam a programação. Aquilo era irritante, queríamos sentar e conversar e a televisão puxava a nossa atenção.
Foi inevitável que o papo girasse em torno do tema. A televisão, suas qualidades e problemas. Não gosto dos absolutismos e na crença do mal certeiro, apesar dos maus usos, a televisão é um meio de comunicação fantástico e importante para a formação da nossa sociedade. No entanto, foram poucos os momentos que consegui defender a caixa preta hipnótica. Difícil reconhecer a integração nacional e não falar da massificação cultural. As antenas uniram o país, fortaleceram a nossa identidade, e do Rio Grande do Sul a Roraima todo mundo usa a moda da novela das oito.
A coisa piorou quando começamos a falar da principal rede do Brasil. Relações nefastas com o poder, corrupções, manipulações, jogadas milionárias e uma rede familiar de controle do estado. Chegamos ao fundo do poço com a constatação: somos dominados por uma família mesquinha e burra. Será que ainda não perceberam que a idiotização e a tentativa de manipulação da massa é um tiro no pé?
Neste momento pensei em Santa Clara, um exemplo de bondade e resignação. Será que ela não vê isso? Será que virá em nosso socorro e iluminará os corações e mentes desses mentecaptos? Meu amigo retrucou. Não adianta apelar para os santos, a família tem ligação direta com a ala mais conservadora da liga sagrada dos santos. Meu espírito revolucionário acendeu.
Então vamos fazer o seguinte: primeiro destituímos Santa Clara de patrona da televisão. Depois nomeamos Santa Luzia para esta tarefa. Uai, e que diferença faz? É que Santa Clara, que era uma pessoa muito boa, na paz total, foi nomeada patrona da televisão pelo Pio XII, o papa chegado dos nazistas. Ele reconheceu como milagre a narração que ela fez de uma missa sem estar presente, ouviu e viu tudo. Ela é a inspiradora espiritual da tv, mas é muito abnegada, precisamos de alguém mais atuante. Dai escolhi Santa Luzia, que é mais combativa e feroz. Ela não aceitava e denunciava os falsos profetas, por isso arrancaram seus olhos. No dia seguinte ela estava com olhos novos e assim foi canonizada. Ela vai arrancar os olhos desses falsos profetas que seduzem o povo no altar eletrônico.
Frito melões, abacaxis, pepinos e salgadinhos em geral. Chapa quente, caldeirão fervendo e pratos finos sobre a mesa.
Acredito no estado eterno de mudanças.
Gosto de ver as mudanças da vida. Ontem criança, hoje adulto, amanhã idoso. Este espaço é para provocar diálogos que possam ajudar a mudar o meu jeito de olhar. E quem sabe você também entra nessa? Seja bem vindo, comente, critique, o anonimato aqui é bem vindo.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Não acredito em nada, mas desconfio de muita coisa.
A frase de Riobaldo Tatarana, personagem de Guimarães Rosa, sempre me inspira. É que tenho uma desconfiança danada das verdades e absolutismos. Dizem que é coisa de mineiro, que é desconfiado por natureza. Prefiro pensar que é herança genética, de um povo que veio desbravando estas terras e sempre na dúvida do que viria pela frente.
Não faço a mínima idéia do que vem por ai, mas minhas desconfianças me deixam cada dia mais confortável. Lendo uma reportagem publicada na Rolling Stone em 2007, encontrei um cientista para abalizar as minhas desconfianças. O Seu James Lovelock, que hoje está com 90 anos, tem algumas idéias bem claras sobre o aquecimento global e suas conseqüências. O aquecimento já é irreversível, as mudanças climáticas vão se acelerar e a humanidade nunca mais será a mesma. O planeta não tem como sustentar o nosso modelo de vida. Sobre a redução da emissão de carbono ele sugere: 25% do gás carbônico lançado na natureza é fruto da respiração dos homens e dos animais, se reduzirmos a população, diminuiremos a produção de carbono.
O fato é que Gaia não suporta mais a presença de tanta gente, ou melhor, não suporta o nosso modo de vida. Nossa evolução tecnológica não foi acompanhada de uma evolução moral – isso também é do Seu James – que proporcionaria um crescimento populacional sustentável. E agora meus amigos, não tem volta, bilhões morrerão, seca, pragas e fome vêm ai, e por mais que isso seja aterrorizante ou triste, é natural e necessário. Estou evoluindo meu pensamento, cada dia sou menos humanista e mais naturalista. É um escudo para me proteger da dor e o terror que virão.
Entender o ciclo natural das coisas é o início do pensamento para respeitar o planeta. No entanto, voltamos para o nosso umbigo e deixamos o resto se ferrar. Agora é hora de ver o circo pegar fogo, literalmente. Mas tem o lado bom, sempre tem, os que sobreviverem construirão uma nova humanidade, menos humana e mais natural, mais integrada ao todo, a Gaia. Então meus amigos, aproveitem a vida, aproveitem cada dia, curtam as coisas que gostam, tomem cerveja, fumem, namorem, fiquem com seus familiares e amigos. E estejam preparados para quando Gaia lhes disser que é para correr, porque o bichão vai pegar geral.
Não faço a mínima idéia do que vem por ai, mas minhas desconfianças me deixam cada dia mais confortável. Lendo uma reportagem publicada na Rolling Stone em 2007, encontrei um cientista para abalizar as minhas desconfianças. O Seu James Lovelock, que hoje está com 90 anos, tem algumas idéias bem claras sobre o aquecimento global e suas conseqüências. O aquecimento já é irreversível, as mudanças climáticas vão se acelerar e a humanidade nunca mais será a mesma. O planeta não tem como sustentar o nosso modelo de vida. Sobre a redução da emissão de carbono ele sugere: 25% do gás carbônico lançado na natureza é fruto da respiração dos homens e dos animais, se reduzirmos a população, diminuiremos a produção de carbono.
O fato é que Gaia não suporta mais a presença de tanta gente, ou melhor, não suporta o nosso modo de vida. Nossa evolução tecnológica não foi acompanhada de uma evolução moral – isso também é do Seu James – que proporcionaria um crescimento populacional sustentável. E agora meus amigos, não tem volta, bilhões morrerão, seca, pragas e fome vêm ai, e por mais que isso seja aterrorizante ou triste, é natural e necessário. Estou evoluindo meu pensamento, cada dia sou menos humanista e mais naturalista. É um escudo para me proteger da dor e o terror que virão.
Entender o ciclo natural das coisas é o início do pensamento para respeitar o planeta. No entanto, voltamos para o nosso umbigo e deixamos o resto se ferrar. Agora é hora de ver o circo pegar fogo, literalmente. Mas tem o lado bom, sempre tem, os que sobreviverem construirão uma nova humanidade, menos humana e mais natural, mais integrada ao todo, a Gaia. Então meus amigos, aproveitem a vida, aproveitem cada dia, curtam as coisas que gostam, tomem cerveja, fumem, namorem, fiquem com seus familiares e amigos. E estejam preparados para quando Gaia lhes disser que é para correr, porque o bichão vai pegar geral.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Nova CPMF X Pré-sal
Enquanto os últimos focos do incêndio no senado são apagados surge uma nova queimação na câmara dos deputados. Querem ressuscitar a CPMF, imposto de 0,038 sobre transações bancárias, que angaria fundos para a saúde. Para amenizar arrumaram um outro nome e os governistas levantaram a bandeira: é para a saúde do povo brasileiro. E eles têm uma ótima justificativa; os recursos são para todos, principalmente os mais pobres e apenas cinco milhões de brasileiros pagarão este imposto.
Fico encantado com a cara de pau, a falta de vergonha e a facilidade com que subestimam a minha inteligência. O governo quando fazia o papel de oposição lutou bravamente para derrubar a CPMF, afirmando que não era preciso mais dinheiro e sim mais rigor no controle dos gastos e seriedade nos investimentos. Em 2007, a oposição, que já foi governo e já defendeu a CPMF, conseguiu derrubar o imposto e agora luta para impedir a sua volta.
O primeiro engodo é afirmar que apenas cinco milhões de brasileiros pagarão o imposto. Obviamente estes são das classes mais abonadas e repassarão este novo gasto para os produtos que consumimos, dividindo o novo imposto com todos os outros brasileiros. O segundo engodo é a cara de pau do governo em afirmar que não existe dinheiro para a saúde. Do montante arrecadado atualmente o governo federal dedica menos de 10% para a saúde. Os governos estaduais são obrigados a destinar no mínimo 12% e os municipais, 15%.
Pois é, este papo rolou semana passada na câmara dos deputados. Agora surgiu o pré-sal, a estatal de pré-sal, a briga entre os estados, municípios e federação pelos dividendos. Deputados, governadores, prefeitos e o presidente se digladiam para ver quem vai ficar com o bolo. O dinheiro federal será investido na saúde e na educação, disse Lula. Espero que isso acalme a bancada federal que quer a volta da CPMF.
Uma análise simples e objetiva. Ano que vem tem eleições e os partidos precisam de mais dinheiro para as suas campanhas. Precisam comprar ambulâncias e fazer barulho para que a população perceba as melhorias na saúde. Deputados, senadores e governadores precisam mostrar que fizeram alguma coisa nos últimos quatro anos. Ano que vem tem eleições e precisamos votar com inteligência, com atenção. É fundamental que escolhamos candidatos que não fazem parte deste jogo de espolio e que não reelejamos ninguém.
Fico encantado com a cara de pau, a falta de vergonha e a facilidade com que subestimam a minha inteligência. O governo quando fazia o papel de oposição lutou bravamente para derrubar a CPMF, afirmando que não era preciso mais dinheiro e sim mais rigor no controle dos gastos e seriedade nos investimentos. Em 2007, a oposição, que já foi governo e já defendeu a CPMF, conseguiu derrubar o imposto e agora luta para impedir a sua volta.
O primeiro engodo é afirmar que apenas cinco milhões de brasileiros pagarão o imposto. Obviamente estes são das classes mais abonadas e repassarão este novo gasto para os produtos que consumimos, dividindo o novo imposto com todos os outros brasileiros. O segundo engodo é a cara de pau do governo em afirmar que não existe dinheiro para a saúde. Do montante arrecadado atualmente o governo federal dedica menos de 10% para a saúde. Os governos estaduais são obrigados a destinar no mínimo 12% e os municipais, 15%.
Pois é, este papo rolou semana passada na câmara dos deputados. Agora surgiu o pré-sal, a estatal de pré-sal, a briga entre os estados, municípios e federação pelos dividendos. Deputados, governadores, prefeitos e o presidente se digladiam para ver quem vai ficar com o bolo. O dinheiro federal será investido na saúde e na educação, disse Lula. Espero que isso acalme a bancada federal que quer a volta da CPMF.
Uma análise simples e objetiva. Ano que vem tem eleições e os partidos precisam de mais dinheiro para as suas campanhas. Precisam comprar ambulâncias e fazer barulho para que a população perceba as melhorias na saúde. Deputados, senadores e governadores precisam mostrar que fizeram alguma coisa nos últimos quatro anos. Ano que vem tem eleições e precisamos votar com inteligência, com atenção. É fundamental que escolhamos candidatos que não fazem parte deste jogo de espolio e que não reelejamos ninguém.
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