Desde quando os DJs começaram esta onda de “botar chapa quente”, de “incendiar as pixxtas”, o papo é só aquecimento global. Tendência nas últimas estações e verdadeiro modismo que veio para ficar, está bombando de norte a sul do planeta. É até tema de fofoca na ONU, onde um tal de Kioto, andou querendo esfriar o lance.
Como sujeito antenado e ligado nas paradas bombantes, resolvi participar desta onda. E agora é isso ai, eu também sou a favor do aquecimento global. Chega de frio, chega de regiões inóspitas e gelo eterno, chega de neve e frentes frias que vêm da Argentina. Agora a onda é de calor. Calor humano, calor animal, calor vegetal, calor mineral! Estamos na era de aquário e nada melhor que um banho quente para refrescar a memória, dilatar os poros e abrir a mente para a nova tendência. Aquecimento global está na onda e é a mais nova revolução mundial. Até na fria e velha Europa não se fala de outra coisa. Muito mais pesado que o movimento slow food, mais sucesso que Paulo Coelho, o aquecimento é geral no velho continente. No verão passado foi tamanha a histeria com a onda de calor, que alguns velhotes acabaram passando desta para a melhor com um bronze super moderno e a cutis hiper saudável.
Aqui nos trópicos esta tendência é antiga e vem ganhando força neste ano. Segundo alguns especialistas no assunto, se continuar assim teremos apenas uma estação, as chuvas serão irregulares e intemperes climáticas nunca vistas serão viáveis. São estes detalhes que me inspiram a participar do aquecimento global. Veja só, por um lado parece monótono esta idéia de apenas uma estação no ano, mas se analisarmos bem, para que serve o outono? Além de sujar as ruas com folhas secas é uma estação sem nenhuma personalidade. O máximo que proporciona são uns entardeceres mais coloridos, umas manhãs muito azuis e ensolaradas. Nada demais.
Da primavera tem até quem goste. Mas experimente acordar com 3 bem-te-vis na sua janela as 8 da manhã em pleno sábado. Vai sentir que estaçãozinha mais pertubadora é esta. Do inverno nem preciso falar. Uma secura, temperaturas abaixo dos 20ºc. e uma condição magnética que toma conta de todos os edredons e cobertores do mundo fazendo com que o corpo não consiga separar destes com facilidade. Uma ode a preguiça e a improdutividade. O ano inteiro só verão também significa menos roupas, mais corpos a mostra, mais sorvetes, mais cervejas, mais piscina, cachoeiras… imaginem a maravilha que será.
E para completar, para dar aquele toque de modernidade, as chuvas irregulares e as intemperes climáticas, que beleza! O pessoal da previsão do tempo irá trabalhar com um novo paradigma, prever o tempo a cada hora. Que mágico será quando do nada, no meio da tarde, cair um temporal diluviano e logo em seguida volta o sol abrasador. E em um belo dia de praia, a família curtindo a marola e chega os salva-vidas avisando: Tisunami!! Tisunami!! Que emoção, que adrenalina, correria geral, comoção coletiva e derepente aquele espetáculo da natureza limpando geral, passando o cerol em toda a costa brasileira.
Para falar a verdade estou até ansioso para participar mais de perto, para sentir na pele esta onda de aquecimento global. E se não rolar de aproveitar tudo, pelo menos de um aquecimento local eu quero participar. Imagino o aquecimento local como uma micareta, não é o carnaval de Salvador, mas é chapa quente, tem ferveção, corpos semi-nus, suor, cerveja e é totalmente pós-moderno.
Este post é uma homenagem ao meu amigo Michel, que pirou no microondas coletivo e inspirou esta patacoada. Abraços.
Um comentário:
Muito bom ! Os tropicalistas estão chegando... É nois !
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