Acredito no estado eterno de mudanças.

Gosto de ver as mudanças da vida. Ontem criança, hoje adulto, amanhã idoso. Este espaço é para provocar diálogos que possam ajudar a mudar o meu jeito de olhar. E quem sabe você também entra nessa? Seja bem vindo, comente, critique, o anonimato aqui é bem vindo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Ah bruta flor do querer!

Já passei da fase de sair todo dia, de conhecer várias mulheres e querer levar todas para a minha cama. Por incrível que pareça, isso cansa e se torna chato, vazio e sem graça. O jogo da conquista, da sedução, a troca de olhares, o flert, a abordagem, o primeiro toque, o primeiro beijo, já tiveram uma magia, hoje é mais racional. É pá pum! Acredito que as mulheres têm responsabilidade sobre isso. O certo é que perdi a paciência e hoje só empenho se a figura me tesar de verdade.

Lembro de uma passagem, auto sabotagem explícita, fruto da bebedeira e de uma época de baixo estima. Estava na pista de dança e comecei a flertar com uma mulher linda, de estética totalmente condizente com os padrões contemporâneos. Alta, loira, cabelo preso em rabo de cavalo, olhos claros, maquiagem equilibrada, sorriso lindo! Começamos o flert, percebi que era recíproco. Era a hora de descobrir o que falar. Uma frase e pronto, o som da pista não permitia muita coisa. Ela olhou de novo e sorriu, a química estava funcionando! Era a “deixa”, tinha que “chegar chegando”. Desviei o olhar em uma atitude pseudo-blase, para dar uma valorizada. Tudo perfeito, só falta a frase...

Quando volto meu olhar, seu rosto está a poucos centímetros do meu e ela sussurra em meu ouvido.

_Acho que estamos pensando a mesma coisa.

E sem titubear, com a segurança e a certeza que todo homem precisa ter diante de um monumento daqueles eu soltei:

_Uai, não sei, não sou adivinho!

Sem me responder ela virou as costas e se jogou na pista... não houve como reverter a situação, não adiantava correr atrás, fazer gracejos, pagar cerveja, nada iria remediar aquela resposta estúpida.

Que diabos deu na cabeça daquela gostosa para vir me abordar? Porra!! Este era o meu papel! Eu tinha que ir até lá e falar algo interessante, fazê-la rir numa expressão meio dúbia. Depois mais uma frase, um sorriso mais aberto, neste momento pegaria na mão dela, em seguida era o abraço fatal e o beijo! Pronto! Assim como todo mundo sabe, é uma regra social. Mas não, a mulher tinha que ser uma dessas modernas, descoladas, cheias de atitude, do jeito que eu gosto e no dia não dei conta.

Putz grila, com a emancipação feminina, nós homens, precisamos nos emancipar também. Precisamos nos livrar destes padrões de comportamento ultrapassados e entender que elas também podem e chegam junto. Elas têm desejos e podem estar afim apenas de um sexo casual, assim como nós machos dominantes saímos a caça, elas também o fazem. Precisamos recriar a arte do flert, reinventar os relacionamentos, criar novos paradigmas sexuais e aceitar a igualdade até na hora da conquista. Elas seduzem, conquistam e metem o pé na bunda, do mesmo modo que os machões do passado faziam.

E não me venha com aquele discurso hipócrita que não namora com mulher que transa na primeira noite. Se acredita nisso vai encontrar uma mais malandra do que você, comilão, e ela vai fazer de difícil. Na primeira vez que ficarem, nem bolinar os peitos vai poder. Na segunda talvez role um sarro no carro. E depois do namoro certo, ai sim, pode rolar o sexo. E você machão, vai ter a certeza que está ficando com uma pudica, que reprime os desejos em prol dos bons costumes. Se lascou, ela prefere sexo anal, para preservar a xoxota. Ela já comeu mais gente do que você, conhece mais prazeres e é muito bem resolvida. Inclusive, a tal ponto de conseguir reverter aquele probleminha de ejaculação precoce que você não conta nem pro Doutor.

Com participação especial de Ana Magalhães.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bacana Fidelis, abordou um tema onde os homens atualmente não estam sabendo gerenciar muito bem, e que na verdade precisa é de uma abertura dos homens para os novos padrões de comportamento feminino.
Abraços Juliano.

Unknown disse...

Nossa...fiquei confusa agora!