"Aproveitar o tempo! Mas o que é o tempo que eu o aproveite? Aproveitar o tempo! Nenhum dia sem linhas... Tirar da alma os bocados precisos-nem mais nem menos-Para com eles juntar os cubos que farão gravuras certas na história(e estão certas também do lado de baixo que não se vê)...Pôr as sensações em castelo de cartas, E os pensamentos em dominó, igual contra igual. ...Verbalismo, Sim verbalismo... Aproveitar o tempo! Não ter um minuto sequer que o exame de consciência desconheça...Não ter um ato indefinido ou factício...Não ter um movimento desconforme com propósitos...Boas maneiras da alma... Elegância de persistir...Aproveitar o tempo! Ah! Deixem-me não aproveitar nada! Nem tempo nem ser, nem memórias de tempo ou de ser! Deixem-me ser uma folha de árvore, titilada por brisas, A poeira de uma estrada involuntária e sozinha,O pião do garoto que vai a parar e oscila no mesmo movimento que o da Terra estremece, no mesmo movimento que o da alma, E cai, como caem os Deuses, no chão do Destino." F. Pessoa
Eu li isso no scrap de uma amiga e escrevi para ela:
O tempo é mais uma convenção que inventaram para nos formatar.
O tempo é parte dos seres, assim como a consciência, o instinto e os sentimentos.
Quando nos separamos da natureza, perdemos um tanto de instintos e colocamos o tempo para fora da gente, no outro.
Quem lê viaja. Ministério da Educação e Cultura.
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